segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Dando pitaco nas HQs Nacionais - 4



Ah, a distribuição em bancas...
No passado, bem lá pra trás mesmo existiam duas distribuidoras de revistas e jornais pras bancas: A DINAP (Distribuidora nacional de publicações), ligada ao Grupo Abril, que lá pra aquela época dominava o mercado.  E do outro lado a Fernando Chinaglia (FC) que cuidava do resto.
Era mais ou menos assim que a banda tocava. A Dinap era muito crítica com o que distribuía, já a FC nem tanto, então normalmente aquelas revistas (e quadrinhos!) que não conseguiam ser distribuídos pela Dinap, invariavelmente iam pra FC pra chegar nas bancas.


Esse período durou até mais ou menos 2007, quando o Grupo Abril, dono da Dinap comprou a FC.
http://www.intervozes.org.br/direitoacomunicacao/?p=19504

Houveram comentários de criação de monopólio, o CADE entrou no meio e dois anos depois (2009), Dinap e FC viravam Treeelog.
Só que, é aquele tal negócio né? Nessa altura do campeonato, as bancas não eram mais as mesmas. E a Abril, teve que mexer os pauzinhos pra fazer o lance de distribuição funcionar. Nascia assim em 2016, 7 anos depois da formalização da fusão, a Total Express, distribuidora. Que atende também e-commerce, o comércio eletrônico.
http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2016/06/16/grupo-abril-reposiciona-braco-logistico.html

Ok, isso foi uma geral de como funcionava o mercado de distribuição. Além da Total Express existem várias distribuidoras menores, que pegam publicações das editoras e distribuem em bancas, mas de forma mais regionalizada, não nacional.
Sabe quando você entra num mercadinho de bairro e tem lá um expositor com revistas diversas? Gibis velhos, revistas de artesanato, passatempos estilo revistas Coquetel, etc?  Provavelmente aquelas revistas chegaram ali via uma distribuidora menor.
Mas vamos falar de como estão as coisas hoje em dia.
A Editora Newpop foi a primeira a pular fora da distribuição da Total / Dinap. , não seria nada demais, afinal de contas a editora não é grande, mas algum tempo depois a mesma decisão foi tomada pela Panini, que é a maior editora do mercado.
Diferença sutil é que a Newpop abandonou as bancas de vez, enquanto que a Panini preferiu optar pelas distribuidoras menores ao invés da Total Express.
Agora fica a pergunta: Como tornar os quadrinhos brasileiros populares sem distribuição em banca? 
Talvez a resposta para essa pergunta seja: usar as distribuidoras pequenas, as livrarias (por mais que eles cobrem caro pra expor), tentar chegar onde os leitores estão. 
Não é porque as bancas de jornal majoritariamente estão vendendo tudo, menos jornal e revista que quer dizer que os leitores sumiram. Eles estão por aí e devem ser buscados.
Eventos são bons, mas não suprem e não criam demanda. Colocar online não funciona, fosse isso verdade, sites de leitura online estariam bombando acessos e não estão.
Pelo contrário, estão fechando, como o Smocci (ex-Upmanga).
Infelizmente, precisamos de impressos. E tudo que demanda disso. A menos que aconteça um milagre e o povo comece a ler online e em dispositivos moveis não temos outra saída que não fazer impressos e oferecer para as pessoas.
E por enquanto seria isso. Não sei sobre o que posso falar na próxima matéria, se quiserem comentar algo, os comentários estão abertos.
Um abraço a todos! 


  



3 comentários:

Quiof disse...

Na verdade, a Newpop tinha outra distribuição, do Grupo Edicase, que também fez a distribuição da Ação Magazine, da Kamikaze, publicou a revista da Level Up, distribuiu aqueles mangás do da Tambor do Forastieri, o grupo ainda faz isso:
http://www.edicase.com.br/site/clientes.html

The Fool disse...

Interessante então eu devo considerar a distribuição da Edicase como uma das distribuidoras menores citadas?

Quiof disse...

Sim, a Panini saiu da Total, mas em alguns lugares como no RJ, contrata outras empresas, como a Infoglobo.