domingo, 30 de outubro de 2011

Fracasso



“A voz do povo é a voz de Deus”. Se o povo não compra o seu gibi, o que você deve entender da opinião do povo sobre o seu trabalho?

Pergunta terrível essa, lidar com o fracasso não é fácil.
Mas vamos tentar, Fernando!
As pessoas não compram seu gibi. Ok.
Mas assim, pense porque isso pode ter acontecido.
Quando falamos de gibis tu tem que ter em mente que gibis são uma mídia desprezada pelas pessoas comuns. Elas preferem a piori livros impressos, filmes, músicas em geral.
Quantas pessoas você conhece que lêem gibis? Suponho que serão poucas e essas poucas tem um gosto apurado, um senso de exigência alto.
Elas provavelmente já leram muita coisa, não vai ser qualquer história que vai agrada-las.
Uma pergunta: são essas pessoas que você buscou alcançar?
Você tentou alcança-las da forma correta?
- Ofereça ao seu público algo que eles gostem. Que tenham familiaridade.
Que não aconteça deles pensarem algo como "Isso é estranho...que é isso?"
- Surpreenda, crie reviravoltas na história.
Você conhece A Guerra dos Tronos ( Game of Thrones )? Aquilo é fantasia, mas não uma fantasia convencional. Porque uma fantasia convencional nasce morta, exceto se ela for voltada para pessoas comuns, que conhecem pouco disso.
- Analise friamente a história. Sem paixão, sem dengo, sem nada. Só Razão.
Seu desenho está realmente bom? A história flui com facilidade? Vc está usando termos facéis de serem entendidos?
As personagens são agradavéis para quem vai ler?
Não adianta fazer personagens que só você gosta. Ou que seus amigos dizem que "está legal", fuja disso. Pega o personagem, experimenta ele em uma história comum, em texto mesmo. Vai em um desses sites de fanfic, coloca lá, espere alguns comentários. Se eles não aparecerem, vai em algum fanfic, leia, comente, normalmente quem lê fanfic de outros fanfic costuma ser lido de volta.
Agora, veja os comentários.
Falam bem do personagem? Guardaram o nome dele? O que acham dele?
De novo, faça isso com desconhecidos, para ver a recepção deles a tua idéia.
Isso pode ser um indicativo precioso de como as pessoas podem vir a responder ao seu trabalho.
- Não teve comentários?
Analise se você apresentou o trabalho para as pessoas certas ( no caso de contos / quadrinhos ) se o cara lê gibi de super-herói, não mostre pra ele algo que pareça mangá. Não de forma crua, sem preparação.
Mas um super-herói com cabelo colorido de repente o cara goste!
- Atenção ao instante em que tu apresenta algo.
Como assim? Note que desde que a novela Rebelde estreou na TV, proliferaram outras novelas com temática musical, como Isa Tkm, Isa Tk+, Quase Anjos e a atual Julie e os Fantasmas. No momento, esse tipo de ficção envolvendo jovens com algum elemento musical está na época, mas isso passa.
Um outro exemplo, o Novo Universo Marvel, lançado nos EUA em meados da década de 90. A proposta do Novo Universo era mostrar super-heróis mais humanos, mais próximos da realidade. Assim surgiram DP 7, que fala de paranormais, Força Psi, com um grupo de jovens com poderes mentais, Justice, onde um humano de outra dimensão aparece na Terra, Stigma, a Marca da Estrela, onde um humano recebe poderes de um alien e por aí vai.
Mas o momento em que o Novo Universo foi apresentado não era o ideal, e todos os títulos acabaram sendo cancelados.
Shit happens.
Mas olha só que coisa, muitos anos depois em 2006, estreava na televisão gringa Heroes, que foi um puta sucesso, e era, em essência, a mesma coisa que o Novo Universo Marvel.
Momentos diferentes e mídias diferentes. As pessoas mudam, assumem outros gostos. De repente o que é invíavel hoje, pode ser viável amanhã.
Eu sinto que tinha mais coisas a abordar, mas essa pergunta está aqui a tanto tempo...Perdão Fernando, se precisar, pergunte de novo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Crítica - Ação Magazine Nº 01




Me gusta?
Si, pero no mucho!



Finalmente, depois de tanto tempo consegui um exemplar da Ação Magazine, nova revista com mangás nacionais, chamada por alguns como "Shonen Jump Nacional".
Exageros a parte, adquiri a minha recentemente, comprando diretamente no estande da revista no Fest Comix.
Por razões que ainda me são desconhecidas, a revista deveria ter sido entregue as bancas na ultima semana de Setembro, o que não ocorreu. Pensava encontrar a número 2 no Fest Comix, mas não a colocaram a venda, ficando um imenso estande só com algumas camisetas com personagens dos mangás e a edição 1, que está rodando desde Julho desse ano quando foi lançada no Festival do Japão aqui em São Paulo.
Erros de distribuição? Sim. E isso não é um bom sinal.
Até as revistas da extinta Hant Editora ( 7 Dias em Alesh e Oiran ) chegaram nas bancas no tempo certo. Não venderam, mas isso não é o caso.
Todas as revistas de mangá nacional da Eddie Van Feu chegavam pontualmente nas bancas. Alcatéia, Desenhe e Publique Mangá, Heróis S.A., Clube dos Cinco, Contos de Leemyar...
E o mesmo ocorria com a Editora Trama / Talismã: Ethora, Tsunami, Holy Avenger, Victory, Capitão Ninja, etc, etc,etc,etc, nada tinha problemas com distribuição.
Ao que parece, a Ação Magazine foi a premiada da vez!
Eu ri.
Então, o que posso dizer da Ação Magazine?  160 páginas, maioria das páginas em papel jornal, algumas com um papel melhor. 10 Reais.
Matérias sobre celulares, livros de ficção, hackers...Se bem que pra mim, essas matérias foram mais um tapa-buraco para essa edição e possivelmente vão sumir nas edições posteriores para dar espaço para os quadrinhos.
Existe, por toda revista um apelo muito, mas muito grande para que acessem o site da revista, citando aqui: http://www.acaomagazine.com.br o endereço é citado desde o editorial até em anúncios soltos pelas páginas da revista, só faltava em alguma história ser citado também.
Já pensaram?
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Batala: Madenka, você precisa ser um herói!

Madenka: Ah, mas eu não quero! >_<

Batala: Então, vou te mandar pra aquele lugar! Ò_Ó

Madenka: Que lugar?? Ó_o

Batala: http://www.acaomagazine.com.br

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Pequeno recado pro Sr. Alexandre Lancaster: menos, cara, menos!
Enfim, vamos falar das histórias da revista?
Vamos. Elas são o prato principal, nada contra as matérias informativas, mas achei elas meio fora de foco da revista.

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Madenka! - por Will Walbr
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Madenka fala de um mundo parecido com o nosso, mas com um toque de criaturas parte homem parte monstro, como acontecia em Dragon Ball, na primeira temporada.
Madenka, o personagem principal é destinado a ser um herói, mas não deseja isso pra si. Batala, um porco-do-mato humanóide tenta fazer o possível para que o garoto se interesse, mas Madenka é turrão e quer uma vida fácil, não ser um herói.
Aparece nessa história também Siena, uma moça meio lobo-guará cega, mas que mesmo assim luta, e luta muito bem, diga-se de passagem.
Num mundo de sacis, bruxas, cucas e cia, a promessa de Madenka é ser um mangá de ação e aventura.
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O que eu gostei: colocar criaturas da mitologia brasileira é interessante. Aliás, pensei uma coisa, deixo pra falar nas sugestões! x3

O que não gostei: Will, sendo bem franco e direto: vc precisa, com urgência, se afastar do visual Dragon Ball genérico dos personagens. Me dóia ver a mãe do Madenka, o parceiro do Batala... Sério cara, tu não pode manter a publicação com esse design. Mangakás de verdade desenvolvem um estilo particular antes de serem publicados.
Veja, nunca um traço é igual a outro, salvo quando estamos falando de doujins, aí tudo bem.
Mas publicação oficial, com grana rolando e necessidade de bons exemplos, tu fazer um Dragon Ball genérico é foda, com o perdão do comentário.
Seu traço precisa se desenvolver mais, tu não está mais fazendo fanzine cara!
As pessoas vão olhar pra ti e tu vai virar exemplo pra elas, elas vão ver que tu faz mangá genérico e vão fazer também porque vão poder te dar como desculpa! Sentiu a responsa?
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"Ah, mas seu desenho está parecendo Bleach, fulano!"
"Não importa, o cara lá do Madenka faz parecido com Dragon Ball, então eu posso!"

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Ainda acerca da primeira história, senti um clima de one-shot. A história terminou com o fulano lá, o Afrânio² vencido, mas deu a entender que ele ainda está vivo. Se por acaso Madenka finalizasse aí, ninguém se perguntaria porque. Nada demais, mas faça ganchos melhores, ok?
Eu também não me senti lá muito tentado a continuar lendo a história. Mas analise que tenho 35 anos, já li muita coisa e não vai ser no primeiro capítulo de uma história que você vai chegar no meu coração.
Me conheço, e sei que posso gostar de alguma coisa, mas demora, não é instântaneo.

Sugestões e dúvidas: Vc colocou o Madenka jogando bola, por acaso tem campeonato disso, pelo mundo dele? Tipo copa do mundo? 
E como estão organizadas as cidades, pessoas, etc?  Madenka vende coisas numa barraquinha na rua, parece um feirante, quais as profissões desse mundo?
Acerca da Siena, ela usa um taco gigante pra espancar os bichos, ela tem outras armas? Ela vive do quê?
E aquele cavalo dela, onde ela arrumou ele?
O Batala luta? Ele é tão pequeno e cara feia, não parece que lute bem.
Coloca uma Iara peladona do segundo andar pra andar com o Madenka! Vai ser legal ver o Batala sendo provocado e o Madenka, bobão de tudo, ver mulher bonita.
Particularmente falando, seria interessante se a Siena ficasse atraída pela Iara, huhuhuhuhu~~~~  Sabe como é, a Siena é uma loba guará, poderia ser um tipo de atração animalesca! x3~~~~~~~~~~~
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Jairo - por  Michele Lys e Renato Csar ( Roteiro ) e Altair Messias ( Arte ).
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Jairo narra a história de um jovem sem pai nem mãe que vai morar com os tios. Ele tem problemas na nova escola, arruma confusão no time do futebol e acaba indo parar no boxe.
Jairo é mais realista, tem drama, lutas, e um traço mediano.
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O que gostei: Drama, caras, Drama! Jairo é um puta de um azarado, desgraçado, onde tudo dá errado pra ele.
Isso é MA-RA-VI-LHO-SO!
Quando ele chega na casa dos tios, o bicho já pega internamente entre os tios dele porque o tio de Jairo não queria o garoto lá.
A família onde o Jairo está instalado tem problemas, e a presença do garoto lá apenas ajuda a piorar o ambiente.
E quando Jairo vai pra escola com o primo a situação não melhora. Jairo está num ambiente novo, sem conhecer ninguém, e pra "ajudar" ele arruma confusão com Ivan, um moleque idiota e muito rancoroso durante um jogo de futebol.
Ivan faz o inferno na vida de Jairo, enchendo a paciência do pobre rapaz. Até que um belo dia, Jairo manda ele pro chão de tanta pancada que ele levou.
Jairo deixa o time de futebol e começa a frequentar os treinos de boxe, onde conhece Vitor, moleque franzino e covarde que está lá pra ver se toma jeito.
Claro, eles ficam amigos.
Uma das personagens é a Alice e está claro que ela está interessada em dar pro Jairo *risca* em namorar com ele! :3
O ponto aqui é que o primo de Jairo está de olho nela e já no primeiro capítulo fica claro que ele não gosta dessa situação.
Quer dizer, mais pra frente na história, mais problemas.
Foi mal pelo spoiler, mas eu precisava!  >_<

O que não gostei: Esse personagem, o Ivan, de boa, ele primeiro toma uma surra sentida do Jairo, cai no chão, sangrando bicas, todo arrebentado. Ok.
COMO ASSIM ele vai atrás do Jairo no Boxe pra continuar atazanando ele?
Burrinho esse Ivan, hein?
E mesmo assim, quando ele chega e tem a luta de treino entre ele e o Jairo, ele provoca de novo o Jairo que começa a largar o cacete nele, só parando porque se segurou.
Acho que é bem evidente que o Ivan não é páreo pro Jairo.
E é MAIS EVIDENTE AINDA  que se vocês segurarem o Ivan na história, vão estar subestimando a inteligência dos leitores, eu incluso.
Assim sendo, espero que no capítulo 2 o Ivan suma do mapa, o Jairo já tem problemas demais, e já ficou claro que o Ivan, do jeito que está fazendo, não vai conseguir nada.
Apenas ferimentos, hematomas e coisas afins.
Agora, se vocês manterem o Ivan mas com uma desculpa razóavel, posso repensar minha opinião. Mas a única coisa que achei ruim da história foi isso. Essa forçada de barra.

Sugestões e dúvidas:  No geral, gostei dos personagens, as meninas inclusive. A Adriana parece ser uma menina atenta nas coisas e a Alice é meio doidinha ou estou enganado?  O faxineiro que era boxeador e ficou amigo do Jairo poderia falar do Éder Jofre, antigo campeão brasileiro, que creio, muitos leitores não devem conhecer.
Acho até que seria interessante uma homenagem desse tipo dentro da história. Vocês poderiam procurar os parentes do Éder Jofre e mandar um exemplar de cortesia para eles quando isso acontecesse.
Eu pensaria seriamente em colocar mais personagens para contracenarem com o Jairo. O ambiente dentro da casa dele está hostil, mas acredito que ele ainda não percebeu isso.
Daí ele vai passar mais tempo fora do que dentro de casa, e isso demandaria mais personagens.
Espero que vocês também mostrem um pouco do dia-a-dia dos jovens, com Jairo indo jogar videogame em lan house, usando internet, falando ao celular.
E faltou explanar um pouco mais o ambiente da escola, os professores, diretores(as), outros funcionários, mas tudo isso pode ser feito com o tempo.
Que tal fazer todos os personagens, ou pelo menos a maioria deles, fazerem algum esporte? Assim Jairo pode transitar entre as modalidades esportivas e nós não ficaremos aborrecidos de só ver boxe o tempo todo.
Pensei também de Jairo trombar com a Máfia das apostas, mas creio que isso fugiria muito da temática proposta, mas fica aí a sugestão.
Ah, sim! E dar algumas dicas sobre o passado de Jairo com seus verdadeiros pais seria legal também.
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Tunado - de Maurílio DNA e Victor Strang ( Ambos fazendo roteiro e artes ).
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Tunado fala de corridas de carros, rachas, coisas proibidas perante a lei. O ato de modificar carros comuns ou antigos para serem "tunados" ganhou força nos ultimos anos. No cinema mesmo, a série Velozes e Furiosos é um claro exemplo dessa tendência.
A história narra a história de Daniel Kawasaki ( mas isso é marca de moto, não de carro, euri! xD ) , no dia do seu aniversário ele ganha um Chevete tunado do tio, um antigo piloto de stock car e promete que vai se tornar um piloto tão bom quanto o tio, que está paralítico por causa de um acidente de carros. Até aí, tudo bem.

O que gostei: É estranho pra mim dizer isso, mas gostei dos desenhos das mulheres nessa história. Não gosto de carros, conheço nada sobre o assunto, então as especificações técnicas passaram batido pra mim. E sim, também fiquei com cara de "???" quando o protagonista mandou um "Drift". Acerca dos personagens, não vi nada demais neles. Vocês que escrevem prestem atenção, leitores apáticos são um sinal perigoso para uma história. Cabe a vocês nos tirarem da apatia de algum modo.

O que não gostei: Deixa eu ver se eu entendi, o menino lá ganhou um carro do tio. Ok. O tio perdeu as pernas numa corrida de carros. Ok. Porque cargas dágua o tio bancaria um carro pro sobrinho? Pro protagonista se arrebentar como ele?  Faltou idéia aqui pra dar o carro pra ele. Vocês forçaram a barra, perdão pelo comentário.
Espero que não aconteçam mais abusrdos desse tipo no decorrer da história, porque senão vai ficar complicado gostar dela.
Outra coisa, tem uma sequência lá onde mostram as partes internas do carro, o desenho lá das peças está lindo, cheio de detalhes, mas penso comigo mesmo: precisa mesmo tudo isso? A história é contada pelos personagens, não por um câmbio, ou um pistão do carro.

Sugestões e dúvidas: Tunado, pela temática, é um mangá com grande possibilidades, pelo menos pra mim. Os personagens podem dar uma guinada alta, mais ousada, falar além de rachas ilegais, de drogas, prostituição, crime organizado, tudo isso sob a fachada de corridas de carro.
Eu pensaria de colocar um ou mais personagens policiais na história, para criar mais conflitos. Com um pouco de jeito, algum personagem realmente bandido, também.
Pensei no tio do protagonista estar na realidade envolvido com uma facção criminosa, e ele deu o carro pro sobrinho para ele continuar de onde ele teria parado.
Uma dívida com criminosos, na verdade, e a conta passou pro Daniel.
Mas ele não sabe disso.
Daí um dia, uma policial pega ele, começa a interrogar e cita o nome do tio dele como sendo de um membro influente de uma máfia italiana.
Daí a casa dele caí, ele fica sem rumo, sem saber o que fazer e acaba preso.
Wow!
Bem, são só idéias! 8B
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Sobre o Site: Olha, eu fico contente de ver uma nova revista querendo lançar o pessoal, fazer justiça pro povo. Mas assim, façam isso direito!
Olha o site de vocês, que é tão pedido para ser acessado e tudo o mais! Tem os blogs das histórias, mas estão vazios!
O que está com mais coisas é o de Expresso, que por sinal só estréia no número 2. Que se passa com vocês aí? Tem o blog das histórias coloquem coisas nele! Eu acho que se o Alexandre disponibilizou espaço para vocês no site, então que usem ele, ué!
Qual o problema? Estão com medo de postar alguma coisa lá, ou estão sem idéia mesmo?
Resolvam isso, por gentileza!

Últimas considerações:
Apatia é algo que me acomete com frequência, como eu disse, já li muita coisa, sou muito exigente e não vai ser qualquer coisinha que vai me emocionar. Entretanto, eu posso ser agradado, mas isso demora.
Eu não sei se vocês terão como manter a publicação no pé que ela está com tantos problemas de distribuição. E isso é um problema. De certo, não vou me emocionar com alguma história que está começando, no capítulo 2, ou 3.
Mas num capítulo 8, 9, pode ser.
Só que assim: eu não sou o público-alvo dessa revista. E por isso mesmo, vocês não devem considerar meu dito acima sobre me agradar.
Vocês se propõem a fazer uma revista para jovens, então sigam isso. A meu ver, falta conhecer melhor seu público e vocês não podem errar nisso.
Pensando bem, vocês não podem errar em ponto algum, e não é bem isso que tenho visto aqui e ali.
Senão, é o fim da revista.
Estou cético, muito cético do sucesso de vocês.
E não estou nem um pouco confiante, falando a verdade.
Mas vai que estou errado, né? De repente...
É isso.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Pessoas comuns



Se de acordo com o BK, tá todo quadrinheiro brasileiro fazendo criações FANSERVICE e onanistas, o que diabo seria um exemplo decente de “história comum para pessoas comuns”? Aliás, qual a definição disso?
Olá!

Fernando, acho que o Lionel já te deu uma boa resposta, não? Vou dar minha contribuição.
O Zé um dia disse que uma boa história é como um bom
sexo.
É verdade! xD
Onanismo, quando muito é um prazer solitário.
Em alguns casos vicia.
Mas o segredo de uma boa história em quadrinhos é
agradar os outros.
Fazer bem gostoso, mas pros outros, entende?
Acerca de histórias comuns, pense em tudo de corriqueiro que acontece em filmes, novelas, séries deTV...os clichês, enfim.
Isso é uma produção normal. Voltada para as massas.
E porque elas precisam ser assim? Porque se você chutar o balde, as pessoas comuns não vão gostar e vão parar de assistir.
Note: está passando no SBT aquela novela, "Amor e Revolução".
Tiveram que censurar duas sequências de beijo lésbico
entre as personagens porque a audiência ia chiar.
Isso é um exemplo claro de limites, de até onde tu pode
ir com um produto de massa, no caso, uma novela.
É por isso que quase tudo que é pro público comum é
calcado em fórmulas, com algumas leves variações para
não chatear o grande público.
As novelas, são todas iguais. No final todo mundo casa,
filhos nascem e bandidos se ferram. Salvo algumas exceções.
De novo, com pessoas comuns tu não pode ousar.
MAS...sabendo como, tu pode.
Olha um outro bom exemplo de ousadia sem sair do foco
de atender as massas: o canal pago Nick, com
programação infantil e tal, sempre apregoa a não-violência
para seus tele-espectadores.
Esse canal exibiu Avatar: o Último Mestre do Ar ( A Lenda
de Aang ) em sua grade de programação e, supresa!
Avatar tinha violência, mortes e alguns capítulos tinham
uma pegada um pouco acima da média.
Isso num desenho animado, num canal pago cheio de regrinhas!
Um desenho americano! Americanos estes que são costumeiramente chatos de galochas!
Um desenho pras massas, sim. Mas teve ousadia!
Entende onde eu quero chegar?
Quem é o público comum? É todo mundo que está fora de nossos círculos, é o pessoal que gosta de cinema, de novela, que gosta do Roberto Carlos, que gostam de futebol, que lêem pouco, que lêem só livrinho indicado por revista pseudo-informativa.
Não são os nerds, os otakus, o pessoal que gosta de Jornada nas Estrelas e Guerra nas Estrelas.
Não é aquela menina que fuça site japa pra ouvir música da Hatsune Miku.
Quando você for criar coisa pra essas pessoas comuns, tu deve primeiramente, buscar conhecer o que elas andam fazendo, lendo, falando.
Elas estão no Twitter? Ótimo, o que elas falam?
Estão lendo alguma coisa? O quê?
Elas comentam de algum programa na TV aberta ou paga? Procure conhecer esses programas.
Assim você se aproxima dessas pessoas, as conhece
melhor em seus desejos e principalmente, anseios.
É como o Bk disse lá no podcast, sai na rua, vai na banca de jornal. Veja do que as revistas e jornais falam.
Inevitavelmente será disso que as pessoas comuns vão comentar.
O que o público comum, em maioria espera de uma obra?
- Que não demore demais. Porque muitos deles são ansiosos.
- Que o bem vença no final. Porque na nossa vida, o bem dificilmente vence.
- Que o bandido tenha chance de se redimir. Porque brasileiros tem isso de dar segundo chance pros outros.
- Que não existam coisas muito estranhas. Entenda como "estranhas" contextos como faroeste, super-heróis, entre outros.
- Que não se levante bandeiras. Porque brasileiros detestam o Estado e tudo que lembre ele. Muitos deles gostariam de estar em outros lugares que não o Brasil. Logo vc levantar a bandeira brasileira através de um contexto ou um personagem é pedir pra não gostarem.
- Que não tenha homossexuais. Por mais que a galera GLBT bata o pé e diga que tem que ser aceitos, as pessoas NÃO vão aceitar. Ou, caso tenha homossexuais, que eles fi quem em segundo plano. ( Notou que nas novelas globais personagens gays quase sempre são personagens secundários? ).

Agora, isso tudo que eu te citei Fernando, é o que eu observei desse tempo todo.
Não é só isso, claro, tem mais coisas, mais nuanças a serem consideradas.
Mas se você quiser fazer uma obra que possa ser aceita por pessoas comuns, considere-as!
Abração!