segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mentiras que nos contam


Esse tolo que vos fala já escutou muitas mentiras.
Uma me aflige em particular: aquela que diz que a criação dos filhos cabe aos pais e se os filhos se tornam uns merdas, pronto, a culpa é dos pais e ponto final.
Isso é uma gorda mentira.
Cito eu mesmo como exemplo.
Minha mãe se divorciou com meu pai quando eu e minha irmã éramos pequenos, eu tava com 12 anos na época, ela com 11. Sim, um ano mais nova.
De lá para cá, minha mãe cuidou de mim e dela com todo afinco, nos dava atenção, nos cuidava, não era como essas mães que tem por aí hoje em dia que largam os filhos ao Deus-dará e viva la vida.
Ganhamos agrados em aniversários, festas de fim-de-ano, éramos, por assim dizer, amigos.
Mas desde pequena, como dizia minha mãe, minha irmã puxara pelo lado do meu pai, e quando cresceu...bem, não ficou muito diferente de como era quando criança.
Faltava humildade.
Não que minha mãe não fosse orgulhosa, ela era e ainda é orgulhosa para caramba.
Contudo, no fringir dos ovos, minha mãe deixava o orgulho de lado e fazia o que tinha que fazer; esse era o diferencial, o norte que permeava ( permeia ainda ) suas ações.
Minha mãe completou 70 anos ontem.
70 anos de vida do meu lado, nos apoiando, tentando nos ajudar, fazer sacríficios por mim e minha irmã. Cuidando de meu sobrinho, já que minha atrapalhada irmã não consegue por norte algum na própria vida.
Sim, minha irmã está com 32 anos, mas continua errando, algumas vezes de forma absurda na vida.
Errando demais, digo por mim mesmo.
E não foi caso de criação errada. Não foi caso de mãe ausente, não foi caso de falta de exemplo dentro de casa.
Minha irmã literalmente fodeu a vida dela porque ela, minha irmã, assim quis.
Simples assim.
A vida é dela, ela estraga como bem entender.
É isso.

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