sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Dando pitaco nas HQs nacionais - 1


Então, acho que é preciso que se toque nesse assunto com relação aos quadrinhos no Brasil, particularmente falando minha visão é extremamente negativa, mas como normalmente me resguardo de comenta-la, não dá pra saber se ela tem erros ou não.


Sendo sucinto: quadrinho independente não é quadrinho comercial. Quadrinho comercial em outros países é feito por editoras, tem distribuição ampla, tem um público leitor grande e periodicidade pelo menos regular.
No Brasil, quadrinhos comerciais são normalmente de origem estrangeira, saem em volumes periódicos mês por mês e em publicações encadernadas. Em algumas ocasiões tem edições especiais.
Quando falamos de publicação voltada para o público brasileiro e feita por brasileiros, o único nome presente dentro dessa definição é Maurício de Souza, com 30 anos de mercado.
Só que antes de ficar só, o Maurício tinha concorrentes no ramo.
Nos tempos áureos da Editora Abril, além da Turma da Mônica, existem um punhado de outras revistas infantis, além dos sempre presentes quadrinhos Disney.
Essas revistas eram a porta de entrada para leitores novos. Que caso não gostassem de um título, bastaria optar por outro de seu agrado.
O Gordo, Cacá, Alegria, Patrícia, Turma do Lambe-lambe, Fofão, Fofura...Isso sem esquecer os quadrinhos com personagens que vieram da TV:  Faustão, Gugu, Angélica, Leandro e Leonardo, Sérgio Mallandro, Xuxa, Trapalhões...
O fato é que tudo isso em algum momento acabou.
Tem quem diga que o problema foi a crise da década de 90, com o Plano Collor, mas alguma coisa se perdeu e as pessoas foram abandonando as revistas infantis comerciais.
Pode ter sido o avanço dos videogames que começou na época, talvez a tv estivesse melhor que pegar um gibi e ler, o caso é que a crise pegou o mercado de jeito e ele não se recuperou disso até hoje.
Antigamente, a quantidade de publicações comerciais era maior, isso não dá pra discutir.
Editora Abril e Globo tinham seus títulos, mas tudo descambou tanto que hoje a Abril é uma sombra do que era antes e a editora Globo pior ainda, extinguiu sua linha de quadrinhos.
Sem leitores novos, restava para as editoras pegarem os leitores já criados. As tiragens caíram num nível sem precedentes e com isso a circulação.
E assim chegamos aos fins da década de 90, a Abril já não tinha mais o mesmo fôlego de antes, e foi perdendo títulos que migraram para a Editora Panini, que antes só fazia álbuns de figurinhas.
Se imaginou que os filmes de super-heróis que estavam como moda na época poderiam ajudar a venda de quadrinhos, coisa que não aconteceu e então todos os quadrinhos de supers estavam na Panini.
Maurício de Souza? Ele tinha se mudado pra Editora Globo após o número 200 da revista da Mônica na Abril. Ficou na editora Globo até 2006 quando se foi para a Panini.
Panini nova editora Abril?  De certa maneira, sim. =)
Nesse meio tempo foram 30 anos de mercado nacional que foram por água abaixo.
Só que enquanto há vida, há esperança, certo? Tivemos nos anos seguintes a esse marasmo editorial revistas comerciais voltadas ao público infantil que duraram mais que um ano.
Isso é algo positivo, mas falaremos dessas revistas num outro post.
Até mais!




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