quarta-feira, 11 de junho de 2008

Mercearia de Esquina


OU Porquê os negócios não crescem...
Eu já comentei sobre isso algum tempo atrás, mas reforço aqui.
Aqui na rua tem uma mercearia, cuidada por um senhor de meia-idade e a esposa.
Negócio pequeno, porém poderia crescer, mas não cresce por causa do dono.
Explico.
Li uma vez na Carta Capital que o brasileiro mediano não tem cultura de comércio. Não gosta de ganhar dinheiro, talvez por causa da tonelada de idéias que a religião e a televisão colocam na cabeça dele todos os dias.
Mas eis que contrariando as espectativas, nosso brasileiro mediano decide abrir um próprio negócio.
Mas, contudo, porquanto, ele continua não gostando da idéia de ganhar dinheiro.
Pronto, tá feita a desgraça.
No caso desse senhor, a loja é uma bagunça. No mesmo local você encontra produto de limpeza, item de manutenção, pão pullman e mortadela.
Bagunça total. A fachada da loja recebeu uma pintura tímida que dói.
Agora o ponto, a loja existe a mais de 5 anos.
"Mas se a coisa é tão ruim assim, como não fecha?"
Porque existe uma demanda ali na rua por um local assim.
A loja fica quase no fim da rua. Ali ficam uns 4 prédios, cada prédio com 40 apartamentos. Além dessa mercearia, tem mais 3, igualmente pequenas e quando não só isso, mal-organizadas.
Sempre mal-organizadas.
Entretanto, a demanda vinda dos prédios próximos, alimenta e mantém esses mercadinhos.
São ruins, alguns até cobram mais caro que hipermercados, mas se mantém pela proximidade com seus consumidores.
Assim, se cria um cenário de acomodamento. E em negócios, embora seja válido, deixa o sistema em si viciado.
O consumidor não cobra melhorias e o dono do comércio não vê necessidade de colocar mais coisas, pois o que coloca ali basta.
Seria um tipo de círculo vicioso, contudo ele não prejudica a área em geral. Ela simplesmente fica estagnada. Fica do jeito que está. Não piora, mas por outro lado, não melhora.
Dê uma olhada na sua vizinhança. Devem existir exemplos parecidos aí por perto.
Daí me faço ( e a você que lê ) a indagação: Quem quer assumir riscos e tentar crescer?
Talvez, ninguém...

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